O Conselho
Municipal de Saúde (CMS) do Recife se solidariza ao enfermeiro, Alderlan da Costa
Silva, profissional de saúde do Recife, lotado no Distrito Sanitário VI, que,
no final do mês de junho de 2022, foi vítima de racismo enquanto exercia sua
função durante a vacinação contra a Covid-19 no posto montado no Shopping
Recife, localizado na 4ª etapa.
Alderlan relatou que uma senhora se
aproximou do posto solicitando que sua filha, menor de 14 anos, fosse vacinada
com a 4ª dose da vacina COVID. Porém, os profissionais de saúde da unidade
explicaram para a senhora que a faixa etária de sua filha ainda não estava
liberada para este tipo de dosagem, de acordo com o protocolo do Ministério da
Saúde e do calendário vacinal nacional. Neste momento, a senhora inicia
agressões verbais em direção aos profissionais de saúde, de forma agressiva,
utilizando palavras depreciativas, e, tão logo viu a movimentação, o enfermeiro
Alderlan, por ser o responsável pelo posto de vacinação, foi, de forma calma e
pacífica, explicar as normas e diretrizes sobre imunização contra COVID dos
jovens e adolescentes.
A partir desse momento, a agressora
direcionou suas agressões para o profissional de forma racista proferindo
palavras como “NEGRO SAFADO” diversas vezes. Alderlan, que também é policial,
ao ser agredido ordenou voz de prisão para mesma de imediato, alegando crime de
Injúria Racial. O marido dela, que estava no local, em dado momento, também se
referiu a raça negra de forma agressiva, cometendo assim um crime de Racismo.
É importante lembrar que a injúria
racial está prevista no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que
estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena
correspondente à violência para quem cometê-la.
A agressora resistiu a prisão, mas foi contida pelos próprios profissionais até ser conduzida para a delegacia, onde prestou depoimento e pagou uma fiança estipulada pelo delegado de R$ 500, e foi liberada.
O CMS-Recife é veementimente contra qualquer tipo de discriminação e reforça que a luta deve ser de todos e todas por igualdades para o fortalecimento do combate contra o racismo.
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