Com casa cheia, o colegiado do Conselho
Municipal de Saúde (CMS) do Recife recebeu, no dia 21 de março, usuários de CAPS,
familiares, profissionais de saúde, residentes, gestores e convidados para participar da 330ª Reunião Ordinária que
teve como principal ponto de pauta a apresentação da Política Municipal de
Atenção à Saúde Mental, Álcool e outras Drogas.
Convidada
para fazer a apresentação do tema e expor os avanços e desafios dos usuários e
trabalhadores, a gerente da Política em Recife, Cléo Queiroz, fez explanações
referentes às necessidades desta população. “A Política atua por eixos temáticos
e áreas técnicas específicas juntamente com uma diversidade de ações que
precisamos desenvolver como as áreas técnicas, urgência e emergência, atenção
hospitalar, além da política infanto-juvenil que implica no município de
Recife. Cada área compete aos profissionais de referências, onde focamos nas
ações territoriais, com ênfase na necessidade e prioridade da educação
permanente para o corpo de trabalhadores e na necessidade dos usuários”,
explica.
Cléo
também destacou os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e a Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS), que estão em pleno funcionamento, possuindo 17 Unidades,
sendo duas delas 24h, além das três unidades de acolhimento contendo 24 leitos
integrais. “A Política não trabalha só. Toda diretriz é focada nas ações
articuladas em território e na integralidade dos cuidados e pra a gente
garantir esta gestão, nós temos espaços colegiados regulares, os Grupos de Trabalho
(GT) por eixo temáticos, os Fóruns de Saúde Mental Distritais, envolvendo
também os gestores distritais da Rede e demais Políticas de Saúde que implicam
na nossa Política”, disse a gestora.
Como
destaque nos resultados positivos alcançados foi destacou a implantação de
instrumentos de monitoramento da produção física e padrão de registro de
procedimento na RAPS Recife, a implantação de referência técnica para urgência
e emergência com discussão de fluxo e articulação da Rede, incluindo os demais
dispositivos de atenção à Crise, da referência técnica integração
ensino-serviço: construção de fluxo e plano de formação na Rede Psicossocial,
além da implantação de duas residências formativas: psiquiatria e
multiprofissional na RAPS.
A
Conselheira e membro do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde Mental do CMS-Recife,
Íris Maria, foi a responsável por apresentar os contrapontos baseados na
vivência na área e nos acompanhamentos realizados por si dentro das Unidades do
SUS, como CAPS e Residências Terapêuticas.“A Política vem do berço de luta e do
ato de empoderamento também dos usuários. Ela trabalha para reverberar a
importância das pessoas que até então tinha lugar de segregação”, enfatizou
Íris. Ainda segundo a conselheira, Recife vem “sendo assertivo em ações
direcionadas as residências” o que fortalece na formação do trabalhador no SUS
e, consequentemente, nas Políticas disponíveis para melhoria dos serviços
relacionados à Saúde Mental.
Durante
a reunião, as conselheiras Fábia Andrade e Adrielly Araújo fizeram a leitura da
Carta e da Nota de repúdio emitidas pelo Núcleo Estadual da Luta Antimanicomial
e Equipe do CAPS David Capistrano, respectivamente, que são contra o fechamento
de duas residências terapêuticas no Recife. Em carta, representantes relatam a
extrema necessidade dos moradores e solicitam aos órgãos públicos para que
sejam tomadas as medidas cabíveis buscando reverter esse triste episódio para a
saúde mental do Recife.
Ainda, foram feitos encaminhamentos correlacionados as
solicitações da lista detalhada de residências terapêuticas em Recife, a
descrição detalhada da execução financeira da Política Municipal de Saúde
Mental, além da solicitação direta da Conselheira Lorena Raia enfatizando a
necessidade do acompanhamento em todas as apresentações das questões
orçamentárias no que se refere as Políticas de Saúde. O CMS-Recife também irá
emitir o seu posicionamento no que se refere ao não fechamento das unidades
terapêuticas de Saúde Mental, buscando alternativas de melhorias para as
residências.
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