Na última quinta-feira do mês de fevereiro (23), o Conselho
Municipal de Saúde (CMS) do Recife reuniu o seu colegiado, convidados e
visitantes para debater sobre a Política de Práticas Integrativas e
Complementares (PICs) da Cidade do Recife. A discussão ocorreu durante a 305ª
Reunião Ordinária que também pautou as vacâncias das comissões e apresentação
de relatórios.
Iniciando a reunião, a coordenadora do CMS-Recife, Janaína
Brandão, fez a leitura da pauta e parabenizou a participação massiva da
sociedade, nesta reunião, em pleno preparativo para o carnaval. Aliás, o
CMS-Recife foi totalmente decorado para festeja e receber todos os presentes.
Tendo como necessidade apoiar, incorporar e implementar
novas experiências fitoterápicas, a Política de Práticas Integrativas e
Complementares (PICs) é a inclusão de métodos alternativos dentro dos sistemas
nacionais de saúde como explica o coordenador. “[as práticas integrativas] São
sistemas e recursos terapêuticos que envolvem abordagens que buscam estimular
os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio
de tecnologias eficazes e seguras”. Cerca de 32 práticas estão garantidas dentro da política. Entre elas, estão: acupuntura, alimentação viva e saudável, meditação, tai chi chuan, terapia floral, yoga, entre outras.
Éllcio Ricardo fez a apresentação das PICs |
Aberto o debate, o conselheiro Cristiano Nascimento falou da
importância da PIC para a população e perguntou sobre os principais problemas
orçamentários que a Política enfrenta. “Quero parabenizar a todos que compõem o
sistema das práticas integrativas, pois a militância é por um acesso a saúde
integral e isso vai além do trabalho”, enfatiza. “Porém, a gente vê que os
incentivos não são realizados para implementação da política em sua totalidade.
Quero saber se existe um orçamento próprio para a política e como são feitos
esses repasses”, finaliza.
Em resposta, a gerente da Atenção Básica, Ana Sofia Costa, diz
não haver um orçamento específico, federal ou estadual, para manutenção das equipes
dos Núcleos de Apoio em Práticas Integrativas (NAPI). “Para ter uma ideia, o
município gasta cerca de R$ 1 mi/ano somente com recursos humanos. Existe uma
verba rubricada, mas ela é destinada somente para aquisição de material e insumos
para realização das práticas integrativas. Não podemos usar esse dinheiro para
fazer outros fins”, ressalta Sofia. “Isso nos deixa um pouco limitados, mas
temos o compromisso de fazer a Farmácia Viva, uma vez que ela traz muitos
benefícios para a população”, finaliza.
A vice-coordenadora do CMS-Recife, Keila Tavares, relembrou
que a Comissão de Fiscalização em visita a SaúdeLog (empresa contratada pela
Secretaria de Saúde para dispersão dos medicamos e insumos na rede) encontrou
vários lotes de agulhas de acupuntura vencidos. “No final de 2015, constatamos um
grande número de agulhas vencidas e isso compromete os usuários que necessitam
desse material para fazer o tratamento através da acupuntura”, disse. Além
disso, Keila também questionou sobre a nova sede do Guilherme Abath e como é o
diálogo entre a Política de Práticas Integrativas e a Atenção Básica.
A gerente da Atenção Básica, Ana Sofia Costa, responde aos questionamentos do plenário |
Respondendo aos questionamentos, Ana Sofia disse que essa é
a grande meta da gestão em aproximar as PICs da Atenção Básica. “Temos o desafio
de aumentar a oferta e já estamos elaborando estratégias, seja através de
reuniões de micro, para mostrar que também dispomos desse serviço”, enfatiza.
Quanto ao problema de dispersão de medicamentos feito pela SaudeLog, Sofia
disse que já existe um “novo sistema do prazo da validade dos medicamentos e
insumos para não se perder”.
Como encaminhamento, o colegiado aprovou uma nota à gestão
pedindo prioridade quanto as questões relacionadas a Política de Práticas
Integrativas e Complementares e também aprovou uma moção de reconhecimento
pelos serviços prestados no CIS (Centro Integrado de Saúde ) e na Unidade de
Cuidados Integrais Professor Guilherme Abath.
Embora haja alguns desafios que a gestão deve enfrentar para mostrar um serviço mais eficiente, a exemplo da piscina inativa do Guilherme Abath e de um matriciamento mais eficaz para as práticas integrativas, os visitantes, e o próprio colegiado do CMS-Recife, acreditam que a gestão terão um olhar diferenciado para a referida política apresentada.
Cristiano Nascimento apresenta relatório da Comissão de Fiscalização das visitas do mês de Janeiro |
Em continuidade a pauta, o coordenador da Comissão de Fiscalização, Cristiano Nascimento, apresentou o consolidado das visitas na referida comissão no mês de Janeiro. Além disso, a conselheira Juliana Cesar,
apresentou a Nota Pública Articulação Nacional de Luta Contra AIDS - ANAIDS, onde trata sobre os repasses de recursos da saúde para estados e municípios.
A conselheira Juliana Cesar socializa a Nota Pública da ANAIDS |
Por fim, o colegiado colocou para votação as vacâncias das Comissões Permanentes, além de instituir os Grupos de Trabalho (GT) que discutirá a Lei do Conselho (Nº 17.280/2006) e o Relatório de Anual de Gestão (RAG), assim como a eleição dos componentes da Comissão Temporária para acompanhar a execução do Projeto Farmácia Viva Tipo III. Na ocasião, o colegiado também aprovou as ATAs 205 RE e 295 RO.
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