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terça-feira, 15 de março de 2016

Secretário de Saúde do Recife apresenta quadro atualizado de Dengue/Chikungunya/Zika

        "Enfrentamento das arboviroses transmitidas pelo Aedes Aegypti na Cidade do Recife - Dengue/Chikungunya/Zika". Esse foi o ponto de pauta da 198ª Reunião Extraordinária do Conselho Municipal de Saúde (CMS) do Recife realizada na tarde da última sexta-feira, 11. A reunião contou com a participação do secretário de Saúde do Recife, Dr. Jaílson Correia, onde apresentou o plano de ação que a Secretaria de Saúde (SESAU) vem desenvolvendo para acabar com a proliferação do vetor responsável pela propagação das arboviroses.
          Iniciando sua fala, Jaílson fez um resgate histórico dos casos de dengue, mostrando os percentuais, casos notificados, confirmados e o coeficiente de incidência de dengue nos último 10 anos. Foi apresentado também a atual situação epidemiológica da tríplice virose (Dengue/Chikungunya/Zika) e quais os cuidados que a SESAU tomou para combater, de imediato, o surto das arboviroses na capital pernambucana. "Criamos um Gabinete de crise para acompanhamento e monitoramento das ações, mas o trabalho precisa ser permanente", disse o Correia.
      Correia afirma que a SESAU deu uma resposta rápida, intensa e sustentada no combate ao mosquito onde 53 ações foram colocadas em prática que iam desde a sensibilização da população até o combate in loco, onde mais de 2 milhões de domicílios foram visitados, alguns, inclusive, mais de uma vez. Nesse contexto, 19 secretarias da Prefeitura do Recife tiveram engajamento nas ações.
      O secretário também mostrou a atual situação dos casos de microcefalia no Recife mostrando um panorama de casos notificados por Distrito Sanitário e também o que a Secretaria faz na assistência e no cuidado as mães e aos bebês. Dos 289 casos de microcefalia notificados, apenas 42 foram confirmados. Dentre as ações, estão os cuidados na atenção básica com o acolhimento e acompanhamento dos bebês nos 10 espaços Mãe Coruja Recife, além da realização de capacitações para profissionais da rede municipal para o atendimento às gestantes que tiveram o diagnóstico feito ainda no período de gravidez.
     "Já tínhamos uma equipe em campo, mesmo que o foco fosse outro, mas não precisamos criar nada novo", disse Correia, se referindo o Projeto Mãe Coruja. "Fizemos visitas domiciliares e conversamos com as famílias que estão com essa nova realidade para entender melhor as suas necessidades e depois falamos aos nossos profissionais que o Mãe Coruja iria acolher essa demanda".
          Finalizada a apresentação, o debate foi aberto e os conselheiros/as puderam fazer as suas intervenções. O conselheiro José Cleto, um dos responsáveis pela pauta da 198ª RE, quis saber se Recife estava em epidemia e questionou o valor que o governo federal disponibilizou para o combate ao mosquito e a essas arboviroses. E disse que seu encaminhamento é que "todos os guardas de endemias que estão em desvio de função volte para a área". O conselheiro Carlos Freitas perguntou sobre o uso do larvicida e alerta que os moradores do bairro de Afogados estão com a saúde prejudicada pelo uso desse produto.
       Jailson respondeu que o Recife está em epidemia e que "estamos em estado de emergência e estamos no esforço para fazer esse embate". Quanto ao recurso prometido pelo Ministério de Saúde, Correia disse que há uma promessa de 5% do valor total pedido. "Solicitamos ao ministro algo em torno de 29 milhões para uso no controle do vetor, capacitação dos profissionais, publicidade para chegar na população, entre outras ações", falou. Quanto ao questionamento do conselheiro Carlos Freitas, Correia disse que o larvicida biológico usado pelo município não causa quaisquer danos a população e que a utilização desse produto é usado há alguns anos e ressaltou que a compra é feita por recursos próprios.
       A conselheira Juliana César ressaltou que essa epidemia sirva de lição e que a gestão pense na realização de ações mais estruturadas, que as urgências e emergências devem ter uma resposta mais eficaz a população e que seja criado um sistema central para acolhimento de denúncias.
      Para Juliana, a gestão deve pensar no suporte psicológico para as famílias, sobretudo as mulheres que já tiveram crianças com a Síndrome Congênita da Zika. "Precisa-se pensar nesse suporte e peço que abandonem a termologia microcefalia, pois ela não traduz a realidade, apenas miniminiza o fato", disse. "A mudança do nome de microcefalia para Síndrome Congênita da Zika pode implicar numa mudança no próprio entender da população do que significa ter um bebê que sofra dessa síndrome", finaliza.
      Em resposta, a gerente Geral de Atenção à Saúde, Mônica Vasconcelos, falou que a gestão está atenta a nomenclatura da Síndrome Congênita da Zika e que não se deve utilizar o termo Microcefalia por se tratar de apenas um sintoma da Zika. Quanto ao suporte as famílias, Mônica disse que, além do Programa Mãe Coruja, existe um Núcleo na Policlínica Lessa de Andrade que acolhe e dá o apoio necessário a toda criança notificada com a síndrome, seja ela confirmada ou não. E que o núcleo dispõe de pediatra, neuropediatra, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional, entre outros.
     Ainda dentro da 198ª Reunião Extraordinária, a vice-coordenadora do CMS-Recife, Janaína Brandão, membro da Comissão Eleitoral, apresentou o resultado das Eleições do CMS-Recife Biênio 2016-2018 que foram realizadas na manhã do dia 10 de março. Janaína aproveitou a oportunidade para solicitar a aprovação das Resoluções que torna público o resultado. O pedido foi aprovado pelo colegiado.

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