"Considerando que Pernambuco é a vitrine dessa temática, precisamos está sempre em discussão e devemos procurar novas parcerias, capacitar os nossos profissionais e devemos repactuar e redefinir questões quanto a assistência para essas mães e esses bebês", disse a coordenadora do CMS-Recife, Janaína Brandão, em reunião do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), realizada na manhã de ontem, terça-feira, 20. "A preocupação do CMS-Recife é fazer uma articulação e ficar atento a questão da microcefalia, além de está inserido nas pautas que possam contribuir com o SUS e com as pessoas que precisam dele", enfatiza.
Convocada pelo Cremepe, em parceria com o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e da Associação Médica do Estado (AMPE), a reunião teve como intuito discutir sobre a assistência as crianças com microcefalia. Um dos principais pontos do debate foi a apresentação do levantamento da assistência às mães e crianças com microcefalia na capital pernambucana e em cidades do interior do Estado.
Segundo o levantamento, o atendimento nas redes de saúde municipal e estadual é insuficiente para as crianças com a malformação congênita e não há equipes de multiprofissionais suficientes para atender a demanda. Além disso, foi constatado que existem alguns problemas na concessão ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na oferta de medicamentos nas farmácias do estado. "Temos que cobrar das autoridades competentes dados positivos e evitar que essas mulheres fiquem perambulando de um lado para o outro. Elas devem se cadastrar nas suas unidades de saúde e o Estado é quem deve ir atrás dessas mulheres, pois o Estado é o responsável por isso", disse o presidente do Cremepe, o médico André Dubeux.
Outro ponto destacado pelo levantamento foi a não identificação de creches para acolher as crianças com microcefalia. Quanto ao recebimento do BPC, a perita médica do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Adriana Veloso, alegou que já foram concedidos mais de 225 benefícios a famílias de bebês com microcefalia e que o órgão pretende realizar mutirões para agilizar os processos dos que possam estar pendentes.
Além do CMS-Recife, as associações Aliança de Mães de crianças com doenças raras (AMAR), União de Mães de Anjos (UMA) e Mães de bebês com microcefalia (MAINHA) participaram da reunião. O encontro contou também com a participação do Ministério Público e do INSS.
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