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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Assistência Farmacêutica é tema de debate no CMS-Recife

       O Conselho Municipal de Saúde (CMS) do Recife, na sua 199a Reunião Extraordinária, realizada no dia 13 de abril, trouxe como principal ponto de pauta a discussão sobre a Assistência Farmacêutica (AF) no município do Recife. Tendo uma boa participação de conselheiros/as e convidados, a reunião plenária serviu de espaço para uma ampla participação popular, onde os presentes expuseram seus questionamentos acerca da falta de medicamentos nas unidades de saúde.
A conselheira Keila Tavares apresentou um relatório listando os principais medicamentos
que estão em falta nas farmácia de todos os Distritos Sanitários
       Essa demanda vem sendo acompanhada de perto pela Comissão de Fiscalização do CMS-Recife que, entre outras ações, vem visitando, sistematicamente, as farmácias das unidades de saúde da rede. A coordenadora da comissão, Keila Tavares, apresentou um relatório dessas visitas. "Fizemos um consolidado de todas as fiscalizações realizadas pelas comissões, onde apresentamos quais medicamentos estão em falta, qual o olhar da comissão sobre essa temática e o quê esperamos que a gestão faça para melhorar essa problemática", disse. Falta de medicamentos, demora da dispensação de medicamentos, funcionários em número reduzido e sistema de informação deficitário, foram alguns dos problemas apontados pela coordenadora. Keila também fez um reconhecimento aos Conselhos Distritais de Saúde que ajudaram o CMS-Recife nas fiscalizações nas mais de 46 unidades visitadas.
     Logo em seguida, a gerente geral da Assistência Farmacêutica, Karina Boaviagem, trouxe esclarecimentos sobre a atuação situação AF. "Não podemos esquecer que a Assistência Farmacêutica não ficou de fora da atual conjuntura econômica-financeira que estamos vivendo. Porém, a gestão sempre foi sensível a essa situação e que, mesmo diante desse cenário, foi feita uma liberação de mais de 9 milhões para minimizar a falta de medicamentos", exemplificou Karina. Esse quantitativo contemplou cerca de 46 fornecedores e foi fundamental para a chegada de alguns medicamos importantes, a exemplo da Losartana 50mg, Gliclazida 30mg e Brometo de Ipratrópio para o combate a problemas cardiovascular, de diabetes e clínico, respectivamente.
A conselheira Ana Lúcia questionou a dotação orçamentária da Assistência Farmacêutica
     Foi aberto o debate. A conselheira Ana Lúcia parabenizou a todos os envolvidos nas fiscalizações e questionou se a Secretaria de Saúde recebe algum recurso do Ministério da Saúde direcionado a Assistência Farmacêutica (AF) e qual é a contra partida da Prefeitura. Ana também pediu esclarecimentos acerca do SaúdeLog, pois não está claro qual a importância dele e quem faz o trabalho de fiscalização da empresa. 
     O Conselheiro José Cleto também se queixa da atuação do SaúdeLog. "Para mim, a SaúdeLog foi o pior atraso nas entregas da medicação da população. SaúdeLog não funciona", disse. Para o conselheiro, a renovação do contrato da empresa responsável pela distribuição dos medicamentos não foi uma decisão acertada. Cleto também informou que o conselho sairá com uma resolução pedindo a informatização do sistema farmacêutico, pois, segundo ele, "isso ajudaria no combate ao pessoal que faz estoque de remédio, pegando medicamentos em mais de uma unidade".
Karina Boaviagem tirou todas as dúvidas acerca da Assistência Farmacêutica 
    Respondendo aos questionamentos, Karina informou que existem alguns recursos específicos direcionados a farmácia básica, onde os entes federados destinam um valor pré-estabelecido por habitante e que isso está garantido em portaria ministerial. Quanto a informatização das farmácias, Karina diz que "podemos, através da informatização, fazer o remanejamento necessário e a gente acredita muito no poder de informatização" e ressaltou que existem 18 farmácias com o sistema implantado, mas que precisa avançar nesse sentido. A gerente também disse que a gestão tem a ideia de retornar o modelo da Farmácia da Família "por ser mais funcional de racional".
O Secretário-executivo de Infraestrutura, Felipe Bittencourt, fala do contrato do SaúdeLog
     O secretário-executivo de Infraestrutura da Secretaria de Saúde, Felipe Bittencourt, aproveitou a oportunidade para explicar o porquê da contratação do SaúdeLog para realização da logística de distribuição dos medicamentos. Segundo o secretário-executivo, o antigo galpão que servia para armazenamento e dispersão de medicamentos não apresenta estruturas adequadas para esse serviço. "Não podemos usar o galpão, pois não há condições estruturais para o armazenamento dos medicamentos", disse. "Reconhecemos que existem dificuldades no contrato do SaúdeLog com relação ao fluxo de desembolso e isso acabou dificultando a execução do contrato, principalmente na área de logística. Mas fizemos várias reuniões buscando solucionar esses problemas", finaliza. 
       Como encaminhamento, ficou acordado que a comissão de fiscalização fará nova visita ao SaúdeLog. O CMS-Recife pediu que a Secretaria de Saúde envie um documento dizendo o valor real da renovação do contrato com o SaúdeLog, além de verificar a questão da contratação ou remanejamento dos farmacêuticos.
      Por fim, houve os informes gerais e vacâncias de representações.

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