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quarta-feira, 3 de abril de 2019

Política de Atenção a Saúde Mental é tema de debate em Plenária

     Com casa cheia, o colegiado do Conselho Municipal de Saúde (CMS) do Recife recebeu, no dia 21 de março, usuários de CAPS, familiares, profissionais de saúde, residentes, gestores e convidados para participar da 330ª Reunião Ordinária que teve como principal ponto de pauta a apresentação da Política Municipal de Atenção à Saúde Mental, Álcool e outras Drogas.
     Convidada para fazer a apresentação do tema e expor os avanços e desafios dos usuários e trabalhadores, a gerente da Política em Recife, Cléo Queiroz, fez explanações referentes às necessidades desta população. “A Política atua por eixos temáticos e áreas técnicas específicas juntamente com uma diversidade de ações que precisamos desenvolver como as áreas técnicas, urgência e emergência, atenção hospitalar, além da política infanto-juvenil que implica no município de Recife. Cada área compete aos profissionais de referências, onde focamos nas ações territoriais, com ênfase na necessidade e prioridade da educação permanente para o corpo de trabalhadores e na necessidade dos usuários”, explica.
     Cléo também destacou os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que estão em pleno funcionamento, possuindo 17 Unidades, sendo duas delas 24h, além das três unidades de acolhimento contendo 24 leitos integrais. “A Política não trabalha só. Toda diretriz é focada nas ações articuladas em território e na integralidade dos cuidados e pra a gente garantir esta gestão, nós temos espaços colegiados regulares, os Grupos de Trabalho (GT) por eixo temáticos, os Fóruns de Saúde Mental Distritais, envolvendo também os gestores distritais da Rede e demais Políticas de Saúde que implicam na nossa Política”, disse a gestora.
     Como destaque nos resultados positivos alcançados foi destacou a implantação de instrumentos de monitoramento da produção física e padrão de registro de procedimento na RAPS Recife, a implantação de referência técnica para urgência e emergência com discussão de fluxo e articulação da Rede, incluindo os demais dispositivos de atenção à Crise, da referência técnica integração ensino-serviço: construção de fluxo e plano de formação na Rede Psicossocial, além da implantação de duas residências formativas: psiquiatria e multiprofissional na RAPS.
       A Conselheira e membro do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde Mental do CMS-Recife, Íris Maria, foi a responsável por apresentar os contrapontos baseados na vivência na área e nos acompanhamentos realizados por si dentro das Unidades do SUS, como CAPS e Residências Terapêuticas.“A Política vem do berço de luta e do ato de empoderamento também dos usuários. Ela trabalha para reverberar a importância das pessoas que até então tinha lugar de segregação”, enfatizou Íris. Ainda segundo a conselheira, Recife vem “sendo assertivo em ações direcionadas as residências” o que fortalece na formação do trabalhador no SUS e, consequentemente, nas Políticas disponíveis para melhoria dos serviços relacionados à Saúde Mental.
       Durante a reunião, as conselheiras Fábia Andrade e Adrielly Araújo fizeram a leitura da Carta e da Nota de repúdio emitidas pelo Núcleo Estadual da Luta Antimanicomial e Equipe do CAPS David Capistrano, respectivamente, que são contra o fechamento de duas residências terapêuticas no Recife. Em carta, representantes relatam a extrema necessidade dos moradores e solicitam aos órgãos públicos para que sejam tomadas as medidas cabíveis buscando reverter esse triste episódio para a saúde mental do Recife.
      Ainda, foram feitos encaminhamentos correlacionados as solicitações da lista detalhada de residências terapêuticas em Recife, a descrição detalhada da execução financeira da Política Municipal de Saúde Mental, além da solicitação direta da Conselheira Lorena Raia enfatizando a necessidade do acompanhamento em todas as apresentações das questões orçamentárias no que se refere as Políticas de Saúde. O CMS-Recife também irá emitir o seu posicionamento no que se refere ao não fechamento das unidades terapêuticas de Saúde Mental, buscando alternativas de melhorias para as residências.

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