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terça-feira, 5 de julho de 2016

Plenário debate questões relacionadas as arboviroses

     No dia 30 de junho, o colegiado do Conselho Municipal de Saúde (CMS) do Recife se reuniu para realizar a sua 297ª Reunião Ordinária. O pleno, que foi ampliado, teve como intuito a apresentação sobre microcefalia e doenças vetoriais relacionadas ao Aedes aegypti., além da apresentação sobre direitos reprodutivos em tempos de Zika, feita pelo grupo Curumim.
     No período da manhã, os conselheiros e conselheiras foram prestigiar a entrega do mais novo equipamento de saúde da rede municipal de saúde do Recife. Trata-se da Unidade Pública de Atendimento Especializado (UPAE), localizada no bairro do Arruda, Distrito Sanitário II, que realizará cerca de 21 mil procedimentos de média complexidade e terá atendimento especializado em Cardiologia, Fonoaudiologia, Enfermagem (estomatologia), Terapia Ocupacional, Nefrologista, Pneumologia, entre outros.
      Dando continuidade a pauta, já na sede do CMS-Recife, o colegiado pode participar da apresentação da Lia Giraldo, professora e pesquisadora da FioCruz, que aceitou o convite do Conselho para apresentar uma pesquisa sobre microcefalia e doenças vetoriais.
     Começando sua apresentação com um questionamento - "Incertezas, controvérsias e o que fazer?", Lia fez um resgate histórico sobre as arboviroses altamente presentes no ano de 2015, onde, além da dengue, mas duas novas doenças passaram a circular: Zika e Chikungunya. Nesse contexto, Lia apresentou uma avaliação do programa do controle do Aedes aegypti no país. "[A apresentação servirá para] Demonstrar passo a passo o que nós entendemos desse problema para que os senhores conselheiros possam dialogar e ter firmeza no diálogo com as autoridades sanitárias", disse Lia.
A conselheira Sônia Pinto falou que esse momento foi enriquecedor para o Controle Social
     A conselheira Sônia Pinto parabenizou a professora pela explanação. "Essa apresentação foi uma aula para o Controle Social onde a gente teve conhecimento dos riscos que a população corre". Já a conselheira Sebastiana Maria questionou como fazer com que a população, que não possui uma educação ambiental bem fundamentada, ficar mais atenta ao combate do mosquito. "Do que adianta ter um saneamento básico funcionando se não há uma coleta regular do lixo ou um acompanhamento dos ACS e dos agentes ambientais para fazer com que a população seja mais bem informada?", indaga.
A professora e pesquisadora, Lia Giraldo, trouxe dados relevantes sobre as arboviroses 
     Lia disse que os elementos que incorporam o saneamento básico trabalham integrados, mas os problemas são mais complexos. "Dependem de muitas coisas. O mosquito necessita de um ambiente favorável para sua reprodução. As pessoas precisam ter melhores condições de vida para ter um ambiente que as ajude no enfrentamento ao mosquito", ressaltou. 
     Ao fim, o colegiado agradeceu a presença da professora e pesquisadora da FioCruz, Lia Giraldo, e deu continuidade a pauta da reunião plenária com a apresentação do grupo Curumim.
Paula Viana, do grupo Curumim, trouxe a discussão dos direitos reprodutivos das mulheres em tempos de Zika
      Com o tema "Em tempos de Zika, proteção e cuidado  começam  por  informar  a mulher sobre os seus direitos reprodutivos", a representante do grupo Curumim, Paula Viana, traz uma campanha levantada pelo Curumim onde apresenta que as mulheres possuem uma dupla vulnerabilidade as arboviroses, uma ligada a exposição extrema a dengue, zika e chikungunya e a outra relacionada ao acesso de má qualidade as informações e aos métodos contraceptivos. "Essa epidemia vem como uma bomba, numa situação já caótica de assistência a saúde reprodutiva aqui em Pernambuco, em Recife", disse. Segundo Paula, no ano de 2015, 23 mulheres vieram a óbito em decorrência da epidemia no período pós-parto e, neste ano, já chega a 13, o que é um número preocupante.
A conselheira Juliana Cesar ressaltou que os serviços de saúde devem fazer
com que a informação chegue de forma eficaz as mulheres.
     A conselheira Juliana César pediu, mais uma vez, que mudem o termo microcefalia por Síndrome Congênita da Zika e que se deve voltar a discutir, dentro da saúde, o suporte do planejamento reprodutivo, abordando o uso do Dispositivo Infra-Uterino (DIU) como método contraceptivo e que seja, também, realizado por enfermeiros e não somente por médicos, além da discussão do aborto garantido por lei. "Os serviços de saúde devem trazer a informação e as consequências de um e outro fato, assim a mulher irá tomar a decisão informada", disse.
     Por fim, o colegiado aprovou a participação do CMS-Recife na 2ª Marcha em defesa do SUS, onde os conselheiros Cristiano Nascimento, José Cleto e Oscar Correia participarão no movimento em Brasília/DF. Também foi tirada a representação do Conselho na XV Plenária Estadual de Conselhos de Saúde do Estado de Pernambuco que acontecerá nos dias 19 e 20 de julho, no Centro de Convenções, em Olinda. 

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